sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Banguela Records

Meu programa preferido no rádio se chama Fim de Expediente, transmitido todas as sextas-feiras entre 18h e 19h pela rádio CBN. São três apresentadores, o ator Dan Stulbach, o economista Teco Medina, e o escritor José Godoy, que têm a capacidade de deixar todos os entrevistados extremamente a vontade e rendem ótimos papos com eles.

Um dos programas que gostei muito foi feito com o produtor musical Carlos Eduardo Miranda, uma das maiores figuraças que já pode ter existido, e com o jornalista Ricardo Alexandre. Eles falavam sobre o lançamento de um filme, chamado "Sem Dentes: Banguela Records e a turma de 94" que retrata a história de um selo independente e as bandas que surgiram nos anos 90.

Depois de ouvir o programa fiquei curioso em ver o filme, e esta semana vi que estaria passando no Canal Brasil. Programa imperdível. O filme entrevista vários artistas conhecidos do grande público, jornalistas, artistas que não conseguiram estourar e, principalmente, o Miranda, que rouba a cena em vários pontos do filme, como já tinha feito no programa de rádio.

O filme retrata o ambiente dos anos 90, onde as várias bandas surgidas nos anos 80 começavam a perder força, e havia um hiato onde outras bandas não tinham espaço para estourar, num cenário de economia bastante ruim. Neste cenário surgiram alguns selos independentes, como o Banguela Records, que permitiram que algumas bandas pudessem gravar seus CDs e ficarem conhecidas do grande público.

Uma das principais características deste selo era não tentar interferir na identidade da banda, característica ressaltada pelo Miranda quando fala da banda Raimundos, que foi a banda mais conhecida apresentada pelo Banguela Records: eles chegaram a ser descobertos por outra gravadora, que queria que o vocalista fizesse aula de dicção e que deixassem de falar palavrões nas músicas, e acabaram fechando com este selo que lhes permitia continuar sendo como eram.

O Banguela Records pertencia à Warner, e foi criado pelo Miranda e pelos Titãs. Alguns integrantes do Titãs como Nando Reis e Charles Gavin tem participação importante no filme, contando vários bastidores da época, além de depoimentos de artistas como Fernanda Takai, do Pato Fú e Samuel Rosa, do Skank retratando a atmosfera dos anos 90.

Além dos Raimundos, outras bandas como Mundo Livre S/A e Little Quail and The Mad Birds também foram lançadas pelo selo. A história de gravação do disco do Mundo Livre S/A é excelente e é narrada em parte na entrevista no rádio e em parte no filme, e vale a pena ser conhecida.

Os programas da CBN ficam disponíveis para serem ouvidos novamente pela Internet, quem se interessar por esta entrevista pode acessar este link, e também ficam disponíveis para baixar em podcast, até em mais de um local, como este aqui.

Boa pedida e ficamos aguardando novos programas do Fim de Expediente com novas descobertas como esta.

Abraços,

Henri

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