sábado, 29 de outubro de 2011

O que fazer com um relógio que anda tão rápido

Administrar o tempo é um dos maiores desafios atuais. Talvez este desafio já exista há muito tempo, mas a sensação é que temos cada vez mais coisas para fazer e tão cada vez menos tempo para isto.

Neste dilema, só há uma saída: organizar todas as tarefas e escolher o que será e o que não será feito, e em que ordem. Para isto, há algumas dicas que conheci ao longo do tempo, e que gostaria de dividir com todos.

O primeiro passo é organizar as tarefas. Não é necessário um software de última geração pra isto, já vi pessoas que se organizam pela caixa de entrada dos e-mails, deixando ali apenas o que precisa ser executado, outros que fazem isto num caderno (é mais moroso, mas pode ser igualmente eficaz), outros usam planilhas, documentos, blocos de notas, organizador de tarefas, etc.

Com as tarefas listadas, o próximo passo é classificá-las: para isto, uma das técnicas é separar o que é urgente e o que é importante. Para isto, ao lado de cada tarefa, deve ser marcado se esta tarefa é urgente ou não, ou seja, se é uma atividade que precisa ser realizada rapidamente ou se é uma atividade que possa ser realizada posteriormente sem que esta traga nenhum prejuízo ou que vire um problema maior. Além disso, as atividades precisam ser classificadas como importantes ou não: isto vai nos ajudar a não deixar de fazer algo que seja importante, mas que, como não é urgente, vai ficando em segundo plano até um ponto que se torna urgente, e precisa ser feito às pressas, ou que vira uma oportunidade perdida, pois não foi vista enquanto havia tempo hábil pra isto.

Imagine então uma folha dividida em 4 partes, como mostrado na figura a esquerda: as tarefas que são importantes deveriam ficar na parte superior, e as tarefas que não são importantes na parte inferior. Ao mesmo tempo, as tarefas urgentes deveriam ficar ao lado esquerdo, e as tarefas que não são urgentes ficariam ao lado direito.

Desta forma há quatro quadrantes, e deveríamos nos importar mais com as atividades que são importantes (os 2 quadrantes superiores): aquilo que é urgente deveria ser feito imediatamente, para que o tempo pudesse ser dedicado às atividades importantes e não urgentes, que poderiam ser feitas com mais calma, no seu devido tempo.

E quanto às atividades que não são importantes? Se não forem urgentes não deveriam ser feitas. E as atividades urgentes, e que não são importantes, deveriam ser avaliadas para verificar se podem deixar de existir ou se há outras pessoas que possam fazê-las. Às vezes acabamos sendo muito centralizadores, e isto só aumenta nossa lista de coisas importantes e urgentes, e nos faz escravos do tempo: nós deixamos de determinar o que devemos fazer e vamos ao sabor daquilo que não pode mais ser adiado.

Outra dica sobre o assunto é aprender a dizer não: muitas vezes ganhamos tarefas que não deveriam ser nossas simplesmente por não querermos questionar quem nos passa as tarefas. Aqui resta apenas termos a sabedoria suficiente sobre quando podemos ou não recusar algo.

Acho este tema muito interessante, e gostei muito do tratamento que o Nuno deu a este assunto na newsletter que você encontra aqui. Além disso, o excelente livro Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, escrito por Stephen R Covey, que é o responsável pela criação do método dos 4 quadrantes, brevemente descrito acima, trata muito bem deste assunto.

Agora, independente de tudo, há uma impressão forte: o relógio está andando mais rápido, não está?

Abraços,

Henri

domingo, 23 de outubro de 2011

O Pan e a transmissão pela TV

Eu gosto muito de assistir esportes na TV. Isto vale para meus esportes favoritos, como futebol, tênis, fórmula 1, vôlei, e para outros esportes em época de grandes campeonatos mundiais ou na época das Olimpíadas.

Os jogos PanAmericanos acabam sendo, em várias modalidades, uma disputa de um campeonato menor. Em vários esportes os países optam por enviar atletas secundários para disputar o Pan, e você vê o Brasil fazendo bonito e em alguns casos até ganhando com facilidade dos Estados Unidos. Em outras modalidades, o Brasil mesmo opta por poupar atletas e mandar uma equipe secundária: este ano, por exemplo, isto ocorreu no Futebol, tanto masculino quanto feminino, e no vôlei masculino.

Mas nem por esta razão este campeonato deixa de ter seu interesse: nesta última semana o torneio de vôlei feminino foi bastante disputado, com a equipe principal do Brasil e de Cuba fazendo uma final emocionante. Isto também ocorreu em algumas competições de natação, com algumas provas muito equilibradas, resolvidas no instante da batida.

O que realmente foi muito ruim neste Pan é a transmissão dos eventos. Há 2 canais transmitindo: a Record e a Record News, mas as principais competições envolvendo equipes brasileiras somente são mostradas pela Record, e a outra emissora geralmente passa competições que não envolvem o Brasil e replays de jogos onde o Brasil está envolvido. Há algum tempo vi uma notícia de que o Sportv passaria o Pan, mas isto não se confirmou.

A transmissão da Record mostra alguns problemas principais:

  • A escolha de imagens: provavelmente a escolha de imagens está sendo feita por alguém que não entende de esportes, ou que quer inovar nas transmissões. A Record levou várias câmeras extras para o México, e a toda hora estas imagens são mostradas, às vezes no meio da transmissão, sem nenhum critério. No vôlei, a Vila Panamericana era mostrada, interrompendo a transmissão da partida, no momento em que um ponto era jogado, ao invés de mostrar no momento em que um tempo foi pedido por algum dos treinadores. No caso da natação, antes do início de uma prova, eles não mostravam os competidores, os tempos, quem ocupava qual raia da piscina, mas somente ficavam mostrando uma câmera exclusiva que só filmava o brasileiro que estava participando da prova.
  • A escolha do que transmitir: às vezes há eventos ocorrendo em paralelo, e cabe à emissora escolher qual será transmitido, ou interromper pontualmente a transmissão de uma partida mais longa para mostrar uma prova rápida de natação ou uma luta de boxe, por exemplo. Há muita infelicidade na escolha, não há sincronismo entre os apresentadores.
  • A programação normal: a Record passa alguns eventos, mas em alguns dias, como no caso deste domingo, não interrompe a péssima programação habitual para mostrar os eventos do Pan.

Além disso, a Record contratou o Álvaro José, que tem uma das maiores memórias que conheço. Num tempo anterior à Internet (você que é mais novo acredite, um dia isto existiu), ele sabia o tempo de todos os competidores, os recordistas de todas as provas de atletismo e natação, os medalhistas, os recordes, etc, mas não era obrigado a tentar dar emoção a cada transmissão como faz hoje. Numa prova de natação, com uma brasileira ocupando a quinta colocação, na última virada, sem nenhuma chance de pegar sequer a quarta colocada, ele insistia na excepcional virada, na aceleração da brasileira, que ela ia buscar o ouro, etc, como se ninguém estivesse vendo a prova.

Mas sendo o Pan um evento menor, isto não é um grande problema, certo? Errado: até onde anuncia, a Record comprou também as Olimpíadas de Londres, o próximo Pan e as Olimpíadas do Brasil. Se você também gosta de esportes como eu gosto, se imagine assistindo a próxima Olimpíada sendo interrompido a todo instante para passar a novela da vez, mostrar algum brasileiro torcendo na Vila Olímpica, o programa do Gugu ou qualquer outra coisa. Como dizia um antigo personagem do Jô Soares: "me tira o tubo".

Abraços,

Henri

Os Altruístas e a censura

Na semana passada assisti a uma peça de teatro chamada Os Altruístas, com a atuação da Mariana Ximenes, e um elenco de mais 4 (ou 5) atores, recomendada para maiores de 18 anos. É difícil dizer se é uma peça que valha muito a pena assistir ou não: por se tratar de uma comédia, vai muito do estado de espírito de quem está assistindo achar graça das piadas ou achar estas piadas bobas ou ofensivas.

Algumas características interessantes da peça, sem procurar tirar a surpresa de quem decidir gastar seus reais para assistí-la:

  • A peça abusa de piadas politicamente incorretas, e não poupa nenhum dos estereótipos. Se você não acha graça deste tipo de piada, nem pense em assistir, a decepção vai ser grande.
  • Muitas das cenas tem temática sexual, sem distinção de gênero, com uso frequente de palavrões. O ator mais engraçado da peça faz o papel de um homosexual bem afetado.
  • Há uma proposital confusão entre as cenas. Demora alguns minutos para que você se oriente sobre o que representa o cenário, e se acostume com a rápida transição entre as cenas.

Neste dia nos sentamos ao lado de um casal que, com certeza, não achou graça de nenhuma das piadas. Enquanto eu dava algumas gargalhadas, eles ficavam quietos e sérios. Acho que saíram bem decepcionados do teatro, mas o pequeno guia acima é suficiente pra evitar que alguém também saia chateado.

O uso das piadas mais ofensivas da peça me lembrou um pouco o caso do Rafinha Bastos, do CQC - TV Bandeirantes, tão execrado ultimamente por conta de suas piadas mais ácidas. Antes xingado por muitos pelas piadas feitas no programa de TV, em rede nacional, principalmente naquela infeliz feita sobre uma cantora, agora qualquer coisa que ele fala vai para as principais páginas dos portais internet, e com certeza para vários programas de TV, dizendo que ele falou mal de alguém ou de alguma empresa no teatro, em uma entrevista, no twitter, e por aí vai.

O fato de falar bem ou mal, na vida de alguém conhecido, pode ser até bom para mantê-lo em evidência. Porém, a direção do canal de TV talvez tenha feito algo precipitado, e que não é bom para uma rede que busca atrelar sua imagem à democracia: ao retaliar o humorista, proibindo-o de participar dos programas onde atua, fez uma censura pesada para que pudesse ficar bem com seus anunciantes, e deve acabar perdendo o artista para outra rede de TV. A audiência, que gosta deste tipo de provocação e piadas, vai atrás, e atrás dela os anunciantes. Ou seja: talvez o posicionamento da rede de TV não tenha sido o mais inteligente no médio prazo, embora fosse o mais fácil no curto prazo.

Pra quem já assistiu qualquer stand-up comedy, se você se importar com piadas sobre gordos, mesmo sendo gordo, como é meu caso, sobre loiras, portugueses, homosexuais, etc, é mais saudável usar o seu direito à liberdade e não usar seu tempo assistindo a isto. Entendo que o mesmo valha para a TV: use a liberdade para mudar de canal, ler um livro ou fazer uma atividade muito mais prazerosa. Mesmo que esta atividade também possa ser censurada.

Abraços,

Henri Coelho

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A internet nos aproxima?

Existe um programa de rádio semanal que acho muito bom, chamado "Fim de Expediente", na rádio CBN. Considero este como o melhor programa de rádio atualmente, pelo menos dentre os que ocasionalmente acompanho. É um programa feito por 3 apresentadores, capitaneado pelo ator Dan Stulbach, e que consegue deixar os convidados absolutamente a vontade, em entrevistas muito bem feitas.

Como o assunto mais comentado dos últimos dias, e inclusive capa das revistas semanais, era o Steve Jobs, fatalmente o último programa estava também focado neste assunto. Aliás, sobre isto, gostei muito do texto escrito pelo Nuno, que você pode ler aqui, e também da foto-montagem ao lado, muito bem sacada.

Voltando ao programa de rádio, havia um especialista falando um pouco sobre a história de Steve Jobs, suas criações, e ele praticamente não era interrompido enquanto falava, pois estava conseguindo prender a atenção de todos. Até que o apresentador lhe faz uma pergunta um pouco fora do roteiro - se é que havia um roteiro: a internet nos aproxima ou nos afasta? O entrevistado não conseguiu falar algo que acrescentasse muito nisso, mas um dos apresentadores deu a melhor resposta possível sobre o assunto: a Internet afasta quem está próximo, e aproxima quem está distante.

Achei o coméntário muito feliz. Quantas vezes vemos algumas pessoas no horário de almoço, por exemplo, com o olhar voltado para o aparelho celular, seja navegando, acessando e-mails, twitter, facebook ou ainda em qualquer outra rede de relacionamento, e ao mesmo tempo se distanciando das outras pessoas que estão conversando à mesa? E as vezes, se não nos policiarmos, nos pegamos fazendo a mesma coisa.

Por outro lado, com quantas pessoas não voltamos a ter contato após muito tempo, simplesmente por sermos amigos em alguma rede de relacionamento, e podemos nos atualizar um pouco, ver como estão seus filhos, matar a saudade através das fotos e vídeos, voltando a nos relacionar com quem está distante. No meu caso, que tenho uma família bastante grande, é a oportunidade de estar mais próximo de tios e tias, primos e primas, além de vários amigos que não encontramos há muito tempo.

Acho que cabe a nós aproveitarmos o que há de bom, trazendo pra perto nossos amigos distantes, sem deixar que nossos amigos próximos fiquem afastados pela atenção que não lhes estamos dando. É bom pra pensarmos um pouco a respeito.

Para os que nunca ouviram o programa, há uma página no site da CBN que permite acessar os programas já transmitidos, e que pode ser acessada por este link. Tem 2 programas que achei muito legais, embora já tenham passado há algum tempo: um com o narrador Cleber Machado e outro com o cantor Paulo Ricardo.

Abraços,

Henri Coelho

sábado, 8 de outubro de 2011

Primeiro passo pra melhorar: acompanhamento

Há algum tempo li uma frase que era simples, como as boas coisas devem ser, e bastante objetiva: se você quer que alguma coisa melhore, passe a acompanhá-la. A memória não ajuda muito pra que me lembre do autor da frase - acho que li num livro do Stephen Covey, mas não tenho certeza, -  mas é uma das melhores máximas que conheço.

E onde se aplica? Em muitas coisas diferentes, mas sempre com grande eficiência.

Quer que suas aplicações financeiras melhorem? Comece a acompanhar seu resultado com frequência, verifique se a aplicação está rendendo conforme o esperado e conforme a concorrência, veja se não há melhores opções, se o perfil dos investimentos esta adequado ao seu perfil como investidor, se não está diversificando ou está concentrando demais.

Outro exemplo na área financeira: você tem conseguido fechar no azul todos os meses? Você faz acompanhamento pelo menos mensal de suas contas? Se não faz, comece a fazê-lo. Acompanhar gera milagres nesta área, seja porque você fica mais consciente de suas limitações, e também por evidenciar os chamados gastos ocultos, que consomem seu orçamento sem que você perceba.

Mas só há exemplos financeiros? Claro que não, vamos agora pra algo mais pessoal, parafraseando o pessoal que vende um suplemento alimentar: quer perder peso? Eu te digo como: comece a acompanhar com frequência qual seu peso, qual seu IMC, qual a velocidade com que aquela praga instalada no guarda-roupa faz suas roupas encolherem com o tempo. Isto faz com que você comece a se policiar, a se preocupar com sua saúde, a tentar melhorar seus hábitos.

E um último exemplo por hoje, este ligado a área profissional: quer que seus projetos andem na linha? A resposta é a mesma, acompanhe frequentemente, veja se os pequenos prazos são cumpridos, converse com todas as pessoas envolvidas, e tome as ações necessárias para que os prazos intermediários sejam cumpridos, pois automaticamente os prazos finais também o serão.

É claro que o acompanhamento, em qualquer caso, deve ser seguido das ações necessárias para que os objetivos sejam alcançados, mas estas ações não serão evidentes se você não estiver acompanhando corretamente.  O livro  "Cinco sapos em um tronco", de Mark L Fieldman e Michael F Spratt, trata muito bem deste tópico: decisão x ação. Não basta decidir, é importante agir.

E um último aviso: cuidado pra que o acompanhamento seja feito na dose certa: se você acompanhar um recurso a cada 5 minutos, pra ver se ele cumpre os prazos corretamente, vai mais atrapalhar do que ajudar. Como já disse um ex-candidato a presidente do Brasil: o remédio, na dose errada, pode ser um veneno.

Enquanto isto vou tentar acompanhar a minha memória, pra ver se melhora. Principalmente quando a busca na Internet não nos ajuda, como escrito pelo sócio e amigo Nuno na newsletter "Ave Google".

Abraços,

Henri Coelho

sábado, 1 de outubro de 2011

O poder dos juros

Já li vários livros sobre economia, pois é um assunto que me interessa bastante. Em especial, há o interesse pelos livros que procuram te ajudar no plano pessoal, a se conscientizar e buscar equilibrar a balança dos gastos e das receitas, e também por aqueles livros que te ensinam divertindo, ligando uma história ao conceito que quer divulgar.
Parábola sobre economia

Um dos livros que li e gostei foi "O motorista e o milionário", de Joachim de Posada e Ellen Singer. É um livro com poucas páginas, que li junto com meus filhos, uma ou duas páginas por noite, antes deles dormirem, deve fazer uns 5 anos. Eu fazia uma voz com uma entonação diferente quando o motorista falava, e eles gostavam bastante disso.

E o que o livro ensinava? A poupar, como tantos outros. Só que fazia isto de uma maneira bem simples, inicialmente poupando um bombom no dia e depois conseguindo transformar sua vida a partir dos resultados obtidos ao longo dos tempos. Pra mim é um livro pelo menos nota 7.

E esta é a mensagem mais difícil de fazer. É muito fácil de falar, é muito difícil de praticar. A regra simples, mas simples mesmo, de poupar 10% do que você ganha, como um dinheiro que você esquece e que vai garantir sua vida no futuro, é muito legal - e precisa haver muito comprometimento pra levar adiante.

Uma maneira simplória de fazer isto, mas eficiente, é retirar os 10% ao receber seu pagamento - de todos eles, mesmo que você tenha mais de uma fonte de renda. Se você retira isto primeiro, você precisará se controlar para que os outros 90% sejam suficientes para bancar todas as suas contas. Outra regra, também básica e também difícil, é a de não gastar mais do que você ganha - pagar juros a alguém ou algum banco não é também uma boa maneira de construir um patrimônio.

E o que é muito interessante é o chamado poder dos juros, no longo prazo. Esquecendo-se da inflação, se você tiver uma aplicação feita mensalmente de 100,00, aplicados a taxa de juros diferentes, quando se fala de um prazo mais longo o valor acumulado pode ser muito alto. Veja a tabelinha simples abaixo, onde é mostrado, ao longo de 5, 10, até 40 anos, o valor investido e o valor acumulado, considerando as taxas de juros de 0,50% a 1,00% ao mês.


Acho sempre impressionante que o valor dos juros no longo prazo. Quando você olha um horizonte de 5 anos, o valor acumulado com uma taxa de juros de 0,5% é menor do que o valor a uma taxa de juros de 1%, mas não é tão menor - o valor acumulado seria de 8,1 mil contra 6,9 mil. Quando você olha em 20 anos, o valor é muito diferente: enquanto na taxa de juros menor você teria quase dobrado seu o fruto de sua contribuição (você teria investido 24 mil e teria mais de 46 mil de saldo), na taxa de juros de 1% você teria quadruplicado seu investimento, estando com 98 mil. Com 40 anos de contribuição, então, a comparação é covardia.

Outro exercício muito legal é você saber quanto teria que acumular pra poder viver apenas do valor investido. De novo, importa muito a taxa de juros que você consegue no seu investimento. No mesmo exercício acima, se você aplicou 100,00 por mês durante o tempo necessário, e supondo que você tenha como rendimento 1.000,00 por mês (seguindo a regra dos 10%), quando você tiver um fundo que lhe dê de rendimento mensal 10x o valor de sua aplicação, você poderia passar a viver apenas deste rendimento, sem a necessidade de outras fontes de renda, desde que a sua renda mensal seja suficiente pra pagar suas contas.

Olhe o exercício abaixo, que considera qual o tamanho do fundo necessário pra gerar uma renda de 1.000 por mês de acordo com a taxa de juros mensal:


Combinando uma tabela com a outra, em pouco mais de 20 anos você poderia se aposentar na taxa de juros de 1%, contra pouco mais de 40 na taxa de juros de 0,5%. Tudo isto, claro, descontada a inflação. O mais legal é que o exercício acima é o mesmo, não importa quanto sejam seus 10%, se for 50,00 basta dividir todos os valores, das 2 tabelas, por 2; se for 1.000,00, basta multiplicar por 10 todos os valores financeiros das 2 tabelas. Mas é possível fazer outros exercícios depois.

E teria sido muito melhor se estes exercícios fossem feitos com alguma outra história de fundo, não seria? Seria mais palatável.

Abraços,

Henri Coelho

"Qualquer homem que tenha que dizer 'sou o rei' não é rei de verdade" - Lorde Tywin, "Crônica de Gelo e Fogo", George R R Martin.