sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Fim do ciclo do Tite no Corinthians

Achei muito errada a não renovação do contrato do Tite no Corinthians. Acho absolutamente natural, em qualquer esporte, que uma equipe apresente altos e baixos de um ano para outro, e um técnico que construiu este time perdendo vários jogadores após o fracasso na pré-Libertadores de 2011 teria totais condições de levar adiante o processo de renovação que a equipe precisa.

Não que o Tite nunca tenha errado no comando do time: faz parte da torcida xingar quando uma escalação não dá certo, quando uma substituição dá errado, quando entra alguém pra recompor o meio campo ao invés de entrar um atacante com o time empatando, quando insiste em jogadores que não estão rendendo o que podem, mas o saldo pra ele é muito positivo.

A montagem do time campeão da Libertadores, o lançamento do Cássio e do Romarinho, pra ficar em dois exemplos, no momento certo, o cuidado em não queimar jogadores novos quando o time passa por momentos ruins são bons exemplos do comando dele no time. A montagem de uma defesa ótima num campeonato tão disputado como o Brasileirão também.

Mas o que vai ficar pra todos nós, corintianos, nesta passagem do Tite pelo Corinthians são mesmo os títulos conquistados.

Não há como esquecer a conquista da tão sonhada Libertadores da América, de forma invicta, batendo o Vasco no embate mais difícil do mata-mata, depois de ter ficado sem respirar vários segundos enquanto o Diego Souza caminhava pra fazer o gol que nos desclassificaria, e vibrando muito em seguida no gol do Paulinho. Nos jogos finais, contando com o gol de um aparentemente alienado Romarinho - muitos certamente xingaram o Tite na entrada de um jogador tão inexperiente - no primeiro jogo da final, e finalmente ganhando do supercampeão Boca Juniors no Pacaembu, com uma atuação decisiva do Emerson.

No Mundial de Clubes, uma invasão da torcida na busca de um título, sendo este talvez o ponto que vá ficar marcado pra sempre nesta disputa, transformando o estádio no Japão em nossa casa. O jogo final foi espetacular, mais uma batalha inesquecível, batendo ninguém menos que o super favorito Chelsea, já num esquema de jogo mais parecido com o atual: muita força na defesa e poucas oportunidades no ataque. Numa comparação entre os times, que vi na Internet no dia anterior à final, dos 11 jogadores mais valiosos em campo 10 eram do Chelsea, e o décimo primeiro só não era deles também pois o Lampard, próximo da aposentadoria, tinha um valor de mercado menor.

Pra quem não enxerga o valor do Tite nesta conquista, leia as Cartas de Yokohama, escritas pelo jogador Paulo André, e que li no Blog do Juca Kfouri, mas que pode ser lida neste endereço. É uma leitura que vale a pena.

A baixa produção, neste segundo semestre, de um time que precisa ter alguma renovação em seus jogadores não deveria ser o fator determinante para a não continuidade do vínculo com o Tite: ele não é, de forma alguma, um técnico com a carreira em descendente, muito pelo contrário, e tem muita capacidade técnica para saber moldar o time de acordo com as peças disponíveis, buscando a melhor maneira de jogar com o material humano que tem em mãos.

E, nunca vamos saber, mas este time bem preparado no ano que vem, mesmo com a troca de poucos jogadores, e com uma pré-temporada longa bem feita, não se importando com o paulistinha, se preparando corretamente para a Copa do Brasil e Brasileirão, e com o mesmo técnico, poderia ter um sucesso semelhante ao de 2011, se preparando para um novo ciclo com possibilidades reais de ganho da Libertadores em 2015.

Desejo sucesso ao Tite na sequência de sua carreira. Que ele possa ganhar vários títulos, que possa chegar ao seu sonho de dirigir a seleção brasileira em uma Copa do Mundo, e quem sabe um dia voltar ao Corinthians para montar novamente um time super campeão.

Abraços,

Henri Coelho

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