quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Algumas estratégias de aplicação na bolsa de valores

Ao longo do tempo e de várias conversas com amigos e conhecidos, fui colecionando algumas estratégias que as pessoas seguem para aplicação de dinheiro na bolsa de valores. Não acho que exista alguma estratégia 100% segura, ou 100% certa, mas são abordagens diferentes que vale a pena conhecer.

A primeira abordagem é a de comprar e esquecer: o comprador normalmente vê que a empresa é sólida, tem bons fundamentos, e compra as ações, deixando-as esquecidas em sua carteira. Se há disciplina, o que é difícil, ele compra com periodicidade e vai montando uma carteira com foco em dividendos futuros, em valorização futura. Não importa pra ele se isto demorar meses ou anos a fio, as ações são olhadas de vez em quando e continuam sendo compradas e não vendidas.

O que é ruim nesta abordagem: o custo da oportunidade. As ações flutuam muito de preço ao longo do tempo, e as vezes ficam "andando de lado" por um tempo, sem valorizar nada. Pode ser melhor negócio vender as ações após alguma valorização, mesmo que você volte a comprar mais a frente a mesma ação. Ficar dormindo em cima de uma ação, sem acompanhar o que ocorre com a empresa, pode fazer com que a venda acabe sendo feita em um momento ruim, caso o investidor se desespere com o preço em queda.

A próxima abordagem, conservadora como a primeira, mas não tanto, é tentar encontrar o melhor momento para comprar e vender uma ação. Seleciona-se um número finito de ações, de empresas que sejam sólidas, e baseado no comportamento passado da ação tenta-se estabelecer qual o melhor momento para comprar cada ação. Baseado na disponibilidade financeira, quando uma ação chega num ponto considerado bom de compra, em geral após alguma queda em seus preços, a compra é realizada.

Neste caso é estabelecido, conforme a ação, qual a rentabilidade almejada, e a ação é vendida tão logo este número seja atingido. Mesmo que isto signifique ficar com o dinheiro parado esperando alguma outra ação entrar em um bom preço para venda. Isto funciona melhor em períodos sem grande variação do índice geral da bolsa, pois se há um crescimento muito grande, as ações nunca entram nos chamados preços bons de compra.

A terceira delas: estabelecer um percentual, em geral pequeno, de rentabilidade esperada e comprar apenas para chegar naquele percentual e sair, o resto do mês. A comparação, neste caso, é com alguma aplicação de renda fixa, como a poupança: ao invés de obter de 0,3% a 0,5% de juros num mês (sem descontar a inflação, é claro), o investidor busca a compra de uma ação e coloca uma ordem de venda visando atingir, líquido, 1,5% de valorização. Aí, vende automaticamente e coloca o dinheiro na poupança.

Em geral, se houver estudo em relação às ações, e souber qual delas é a melhor pra se comprar no mês, este percentual pode ser facilmente atingido em um espaço curto de tempo. Se feito de forma repetida, pode dar um retorno interessante: imagine uma aplicação com rendimento médio acima de 1,5% ao mês, é excelente. Há risco, claro, como todas as abordagens aqui descritas, mas o prêmio buscado é menor, e o risco acaba também sendo menor.

A próxima abordagem, já bem mais arriscada, é: compre e venda, no mesmo dia, as ações. O chamado day trade. Olhe o desempenho da bolsa de Tóquio, o mercado futuro do boi gordo, a expectativa de algum índice americano que deve sair favorável, e compre as ações. Coloque uma expectativa pequena de ganho, e venda no mesmo dia. Repita no dia seguinte, por puro palpite. Não importa a empresa que você esteja comprando. Quanto pior os fundamentos da empresa, quanto mais pessoas estiverem especulando em cima deste papel, melhor, a chance de ter uma grande variação no dia é grande, e é isto que este tipo de investidor busca.

 
 
 
Neste caso, necessariamente, vão haver dias bons e dias ruins. É necessário estabelecer 2 estratégias: preço alvo, preferencialmente com ordem de venda já colocada logo após a compra, e o chamado stop loss, ou seja, se a ação cair até aquele valor, que seja vendida imediatamente. E a torcida é para que os dias bons venham em maior quantidade que os dias ruins.

Existem outras estratégias, mas em geral são variações em cima destes temas acima. Eu tenho gostado mais da segunda estratégia, todas as vezes que acompanhei o preço de uma ação, estabeleci um bom preço de compra e venda, e consegui seguir isto, não importa se em 15 dias ou 6 meses, me dei bem, tive boa rentabilidade. E quando apostei apenas pra especular, perdi. Então tento ir pro mais seguro, mesmo que isto implique ficar alguns meses fora deste mercado.

Abraços,

Henri

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