Nas grandes cidades é cada vez mais comum o uso de aparelhos de GPS para facilitar os deslocamentos: afinal de contas, a época dos Guias de Ruas, mais difíceis de se procurar e que se desatualizavam com frequência, já passou há tempos. Ainda se vê um outro guia com algum taxista que não aceita a modernidade, mas isto é cada vez mais raro.
Atualmente tenho experimentado usar um aplicativo no celular que vai fazer com os aparelhos de GPS o que este fez com os Guias de Ruas: manda-los para a aposentadoria. Neste caso, mais precocemente.
Trata-se de um aplicativo chamado Waze. Este aplicativo usa a base de mapas do Google e adiciona um pequeno detalhe a ela: os dados de trânsito. Estes dados vem de outros usuários, do mesmo aplicativo, e se referem à posição de trânsito no trajeto que você vai percorrer. E o algoritmo que decide qual o melhor caminho não considera, como todos os GPS, apenas a velocidade máxima das ruas e avenidas para lhe levar no menor tempo teórico ou com a menor distância percorrida; na verdade, ele sempre considera o melhor tempo se baseando nos dados de trânsito informados pelos outros usuários, os Wazers.
Isto faz com que, ao contrário da geração anterior, ele possa lhe sugerir um caminho diferente a cada dia. E isto lhe economiza tempo, para percursos maiores, em 90% das vezes.
Ele não é infalível, está longe disso. Depende das informações prestadas pelos outros usuários do aplicativo. Além disso, depende de uma conexão de dados sempre presente, para que possa trazer as condições de trânsito de cada via e enviar seus alertas de trânsito para os outros Wazers. Mas o resultado final, e a economia de tempo (e combustível) vale muito a pena.
Para instalar este aplicativo você precisa de um celular (smartphone) não muito antigo, com sistema operacional Android, iOS ou Windows Phone, antena de GPS no celular, conexão de dados e uma vontade mínima de aprender a usar algo novo. Ele é bastante intuitivo, e sem medo de explorar seus poucos menus você começa a navegar pelo melhor caminho, e a colaborar com outros usuários citando as condições de trânsito, acidentes, radares e até bloqueios policiais por onde você passa. É a colaboração com o melhor retorno pra todos. Algo impensável no tempo dos velhos e já antiquados GPS.
Abraços,
Henri Coelho
Este é um blog onde se pretende escrever um pouco de tudo, passeando por livros, esporte e muita coisa interessante.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Algumas estratégias de aplicação na bolsa de valores
Ao longo do tempo e de várias conversas com amigos e conhecidos, fui colecionando algumas estratégias que as pessoas seguem para aplicação de dinheiro na bolsa de valores. Não acho que exista alguma estratégia 100% segura, ou 100% certa, mas são abordagens diferentes que vale a pena conhecer.
A primeira abordagem é a de comprar e esquecer: o comprador normalmente vê que a empresa é sólida, tem bons fundamentos, e compra as ações, deixando-as esquecidas em sua carteira. Se há disciplina, o que é difícil, ele compra com periodicidade e vai montando uma carteira com foco em dividendos futuros, em valorização futura. Não importa pra ele se isto demorar meses ou anos a fio, as ações são olhadas de vez em quando e continuam sendo compradas e não vendidas.
O que é ruim nesta abordagem: o custo da oportunidade. As ações flutuam muito de preço ao longo do tempo, e as vezes ficam "andando de lado" por um tempo, sem valorizar nada. Pode ser melhor negócio vender as ações após alguma valorização, mesmo que você volte a comprar mais a frente a mesma ação. Ficar dormindo em cima de uma ação, sem acompanhar o que ocorre com a empresa, pode fazer com que a venda acabe sendo feita em um momento ruim, caso o investidor se desespere com o preço em queda.
A próxima abordagem, conservadora como a primeira, mas não tanto, é tentar encontrar o melhor momento para comprar e vender uma ação. Seleciona-se um número finito de ações, de empresas que sejam sólidas, e baseado no comportamento passado da ação tenta-se estabelecer qual o melhor momento para comprar cada ação. Baseado na disponibilidade financeira, quando uma ação chega num ponto considerado bom de compra, em geral após alguma queda em seus preços, a compra é realizada.
Neste caso é estabelecido, conforme a ação, qual a rentabilidade almejada, e a ação é vendida tão logo este número seja atingido. Mesmo que isto signifique ficar com o dinheiro parado esperando alguma outra ação entrar em um bom preço para venda. Isto funciona melhor em períodos sem grande variação do índice geral da bolsa, pois se há um crescimento muito grande, as ações nunca entram nos chamados preços bons de compra.
A terceira delas: estabelecer um percentual, em geral pequeno, de rentabilidade esperada e comprar apenas para chegar naquele percentual e sair, o resto do mês. A comparação, neste caso, é com alguma aplicação de renda fixa, como a poupança: ao invés de obter de 0,3% a 0,5% de juros num mês (sem descontar a inflação, é claro), o investidor busca a compra de uma ação e coloca uma ordem de venda visando atingir, líquido, 1,5% de valorização. Aí, vende automaticamente e coloca o dinheiro na poupança.
Em geral, se houver estudo em relação às ações, e souber qual delas é a melhor pra se comprar no mês, este percentual pode ser facilmente atingido em um espaço curto de tempo. Se feito de forma repetida, pode dar um retorno interessante: imagine uma aplicação com rendimento médio acima de 1,5% ao mês, é excelente. Há risco, claro, como todas as abordagens aqui descritas, mas o prêmio buscado é menor, e o risco acaba também sendo menor.
A próxima abordagem, já bem mais arriscada, é: compre e venda, no mesmo dia, as ações. O chamado day trade. Olhe o desempenho da bolsa de Tóquio, o mercado futuro do boi gordo, a expectativa de algum índice americano que deve sair favorável, e compre as ações. Coloque uma expectativa pequena de ganho, e venda no mesmo dia. Repita no dia seguinte, por puro palpite. Não importa a empresa que você esteja comprando. Quanto pior os fundamentos da empresa, quanto mais pessoas estiverem especulando em cima deste papel, melhor, a chance de ter uma grande variação no dia é grande, e é isto que este tipo de investidor busca.
Neste caso, necessariamente, vão haver dias bons e dias ruins. É necessário estabelecer 2 estratégias: preço alvo, preferencialmente com ordem de venda já colocada logo após a compra, e o chamado stop loss, ou seja, se a ação cair até aquele valor, que seja vendida imediatamente. E a torcida é para que os dias bons venham em maior quantidade que os dias ruins.
Existem outras estratégias, mas em geral são variações em cima destes temas acima. Eu tenho gostado mais da segunda estratégia, todas as vezes que acompanhei o preço de uma ação, estabeleci um bom preço de compra e venda, e consegui seguir isto, não importa se em 15 dias ou 6 meses, me dei bem, tive boa rentabilidade. E quando apostei apenas pra especular, perdi. Então tento ir pro mais seguro, mesmo que isto implique ficar alguns meses fora deste mercado.
Abraços,
Henri
A primeira abordagem é a de comprar e esquecer: o comprador normalmente vê que a empresa é sólida, tem bons fundamentos, e compra as ações, deixando-as esquecidas em sua carteira. Se há disciplina, o que é difícil, ele compra com periodicidade e vai montando uma carteira com foco em dividendos futuros, em valorização futura. Não importa pra ele se isto demorar meses ou anos a fio, as ações são olhadas de vez em quando e continuam sendo compradas e não vendidas.
O que é ruim nesta abordagem: o custo da oportunidade. As ações flutuam muito de preço ao longo do tempo, e as vezes ficam "andando de lado" por um tempo, sem valorizar nada. Pode ser melhor negócio vender as ações após alguma valorização, mesmo que você volte a comprar mais a frente a mesma ação. Ficar dormindo em cima de uma ação, sem acompanhar o que ocorre com a empresa, pode fazer com que a venda acabe sendo feita em um momento ruim, caso o investidor se desespere com o preço em queda.
A próxima abordagem, conservadora como a primeira, mas não tanto, é tentar encontrar o melhor momento para comprar e vender uma ação. Seleciona-se um número finito de ações, de empresas que sejam sólidas, e baseado no comportamento passado da ação tenta-se estabelecer qual o melhor momento para comprar cada ação. Baseado na disponibilidade financeira, quando uma ação chega num ponto considerado bom de compra, em geral após alguma queda em seus preços, a compra é realizada.
Neste caso é estabelecido, conforme a ação, qual a rentabilidade almejada, e a ação é vendida tão logo este número seja atingido. Mesmo que isto signifique ficar com o dinheiro parado esperando alguma outra ação entrar em um bom preço para venda. Isto funciona melhor em períodos sem grande variação do índice geral da bolsa, pois se há um crescimento muito grande, as ações nunca entram nos chamados preços bons de compra.
A terceira delas: estabelecer um percentual, em geral pequeno, de rentabilidade esperada e comprar apenas para chegar naquele percentual e sair, o resto do mês. A comparação, neste caso, é com alguma aplicação de renda fixa, como a poupança: ao invés de obter de 0,3% a 0,5% de juros num mês (sem descontar a inflação, é claro), o investidor busca a compra de uma ação e coloca uma ordem de venda visando atingir, líquido, 1,5% de valorização. Aí, vende automaticamente e coloca o dinheiro na poupança.
Em geral, se houver estudo em relação às ações, e souber qual delas é a melhor pra se comprar no mês, este percentual pode ser facilmente atingido em um espaço curto de tempo. Se feito de forma repetida, pode dar um retorno interessante: imagine uma aplicação com rendimento médio acima de 1,5% ao mês, é excelente. Há risco, claro, como todas as abordagens aqui descritas, mas o prêmio buscado é menor, e o risco acaba também sendo menor.
A próxima abordagem, já bem mais arriscada, é: compre e venda, no mesmo dia, as ações. O chamado day trade. Olhe o desempenho da bolsa de Tóquio, o mercado futuro do boi gordo, a expectativa de algum índice americano que deve sair favorável, e compre as ações. Coloque uma expectativa pequena de ganho, e venda no mesmo dia. Repita no dia seguinte, por puro palpite. Não importa a empresa que você esteja comprando. Quanto pior os fundamentos da empresa, quanto mais pessoas estiverem especulando em cima deste papel, melhor, a chance de ter uma grande variação no dia é grande, e é isto que este tipo de investidor busca.
Neste caso, necessariamente, vão haver dias bons e dias ruins. É necessário estabelecer 2 estratégias: preço alvo, preferencialmente com ordem de venda já colocada logo após a compra, e o chamado stop loss, ou seja, se a ação cair até aquele valor, que seja vendida imediatamente. E a torcida é para que os dias bons venham em maior quantidade que os dias ruins.
Existem outras estratégias, mas em geral são variações em cima destes temas acima. Eu tenho gostado mais da segunda estratégia, todas as vezes que acompanhei o preço de uma ação, estabeleci um bom preço de compra e venda, e consegui seguir isto, não importa se em 15 dias ou 6 meses, me dei bem, tive boa rentabilidade. E quando apostei apenas pra especular, perdi. Então tento ir pro mais seguro, mesmo que isto implique ficar alguns meses fora deste mercado.
Abraços,
Henri
Marcadores:
abordagem,
ação,
bolsa de valores,
compra,
estratégia,
finanças,
juros,
oportunidade,
rentabilidade,
venda
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Fim do ciclo do Tite no Corinthians
Achei muito errada a não renovação do contrato do Tite no Corinthians. Acho absolutamente natural, em qualquer esporte, que uma equipe apresente altos e baixos de um ano para outro, e um técnico que construiu este time perdendo vários jogadores após o fracasso na pré-Libertadores de 2011 teria totais condições de levar adiante o processo de renovação que a equipe precisa.
Não que o Tite nunca tenha errado no comando do time: faz parte da torcida xingar quando uma escalação não dá certo, quando uma substituição dá errado, quando entra alguém pra recompor o meio campo ao invés de entrar um atacante com o time empatando, quando insiste em jogadores que não estão rendendo o que podem, mas o saldo pra ele é muito positivo.
A montagem do time campeão da Libertadores, o lançamento do Cássio e do Romarinho, pra ficar em dois exemplos, no momento certo, o cuidado em não queimar jogadores novos quando o time passa por momentos ruins são bons exemplos do comando dele no time. A montagem de uma defesa ótima num campeonato tão disputado como o Brasileirão também.
Mas o que vai ficar pra todos nós, corintianos, nesta passagem do Tite pelo Corinthians são mesmo os títulos conquistados.
Não há como esquecer a conquista da tão sonhada Libertadores da América, de forma invicta, batendo o Vasco no embate mais difícil do mata-mata, depois de ter ficado sem respirar vários segundos enquanto o Diego Souza caminhava pra fazer o gol que nos desclassificaria, e vibrando muito em seguida no gol do Paulinho. Nos jogos finais, contando com o gol de um aparentemente alienado Romarinho - muitos certamente xingaram o Tite na entrada de um jogador tão inexperiente - no primeiro jogo da final, e finalmente ganhando do supercampeão Boca Juniors no Pacaembu, com uma atuação decisiva do Emerson.
No Mundial de Clubes, uma invasão da torcida na busca de um título, sendo este talvez o ponto que vá ficar marcado pra sempre nesta disputa, transformando o estádio no Japão em nossa casa. O jogo final foi espetacular, mais uma batalha inesquecível, batendo ninguém menos que o super favorito Chelsea, já num esquema de jogo mais parecido com o atual: muita força na defesa e poucas oportunidades no ataque. Numa comparação entre os times, que vi na Internet no dia anterior à final, dos 11 jogadores mais valiosos em campo 10 eram do Chelsea, e o décimo primeiro só não era deles também pois o Lampard, próximo da aposentadoria, tinha um valor de mercado menor.
Pra quem não enxerga o valor do Tite nesta conquista, leia as Cartas de Yokohama, escritas pelo jogador Paulo André, e que li no Blog do Juca Kfouri, mas que pode ser lida neste endereço. É uma leitura que vale a pena.
A baixa produção, neste segundo semestre, de um time que precisa ter alguma renovação em seus jogadores não deveria ser o fator determinante para a não continuidade do vínculo com o Tite: ele não é, de forma alguma, um técnico com a carreira em descendente, muito pelo contrário, e tem muita capacidade técnica para saber moldar o time de acordo com as peças disponíveis, buscando a melhor maneira de jogar com o material humano que tem em mãos.
E, nunca vamos saber, mas este time bem preparado no ano que vem, mesmo com a troca de poucos jogadores, e com uma pré-temporada longa bem feita, não se importando com o paulistinha, se preparando corretamente para a Copa do Brasil e Brasileirão, e com o mesmo técnico, poderia ter um sucesso semelhante ao de 2011, se preparando para um novo ciclo com possibilidades reais de ganho da Libertadores em 2015.
Desejo sucesso ao Tite na sequência de sua carreira. Que ele possa ganhar vários títulos, que possa chegar ao seu sonho de dirigir a seleção brasileira em uma Copa do Mundo, e quem sabe um dia voltar ao Corinthians para montar novamente um time super campeão.
Abraços,
Henri Coelho
Não que o Tite nunca tenha errado no comando do time: faz parte da torcida xingar quando uma escalação não dá certo, quando uma substituição dá errado, quando entra alguém pra recompor o meio campo ao invés de entrar um atacante com o time empatando, quando insiste em jogadores que não estão rendendo o que podem, mas o saldo pra ele é muito positivo.
A montagem do time campeão da Libertadores, o lançamento do Cássio e do Romarinho, pra ficar em dois exemplos, no momento certo, o cuidado em não queimar jogadores novos quando o time passa por momentos ruins são bons exemplos do comando dele no time. A montagem de uma defesa ótima num campeonato tão disputado como o Brasileirão também.
Mas o que vai ficar pra todos nós, corintianos, nesta passagem do Tite pelo Corinthians são mesmo os títulos conquistados.
Não há como esquecer a conquista da tão sonhada Libertadores da América, de forma invicta, batendo o Vasco no embate mais difícil do mata-mata, depois de ter ficado sem respirar vários segundos enquanto o Diego Souza caminhava pra fazer o gol que nos desclassificaria, e vibrando muito em seguida no gol do Paulinho. Nos jogos finais, contando com o gol de um aparentemente alienado Romarinho - muitos certamente xingaram o Tite na entrada de um jogador tão inexperiente - no primeiro jogo da final, e finalmente ganhando do supercampeão Boca Juniors no Pacaembu, com uma atuação decisiva do Emerson.
No Mundial de Clubes, uma invasão da torcida na busca de um título, sendo este talvez o ponto que vá ficar marcado pra sempre nesta disputa, transformando o estádio no Japão em nossa casa. O jogo final foi espetacular, mais uma batalha inesquecível, batendo ninguém menos que o super favorito Chelsea, já num esquema de jogo mais parecido com o atual: muita força na defesa e poucas oportunidades no ataque. Numa comparação entre os times, que vi na Internet no dia anterior à final, dos 11 jogadores mais valiosos em campo 10 eram do Chelsea, e o décimo primeiro só não era deles também pois o Lampard, próximo da aposentadoria, tinha um valor de mercado menor.
Pra quem não enxerga o valor do Tite nesta conquista, leia as Cartas de Yokohama, escritas pelo jogador Paulo André, e que li no Blog do Juca Kfouri, mas que pode ser lida neste endereço. É uma leitura que vale a pena.
A baixa produção, neste segundo semestre, de um time que precisa ter alguma renovação em seus jogadores não deveria ser o fator determinante para a não continuidade do vínculo com o Tite: ele não é, de forma alguma, um técnico com a carreira em descendente, muito pelo contrário, e tem muita capacidade técnica para saber moldar o time de acordo com as peças disponíveis, buscando a melhor maneira de jogar com o material humano que tem em mãos.
E, nunca vamos saber, mas este time bem preparado no ano que vem, mesmo com a troca de poucos jogadores, e com uma pré-temporada longa bem feita, não se importando com o paulistinha, se preparando corretamente para a Copa do Brasil e Brasileirão, e com o mesmo técnico, poderia ter um sucesso semelhante ao de 2011, se preparando para um novo ciclo com possibilidades reais de ganho da Libertadores em 2015.
Desejo sucesso ao Tite na sequência de sua carreira. Que ele possa ganhar vários títulos, que possa chegar ao seu sonho de dirigir a seleção brasileira em uma Copa do Mundo, e quem sabe um dia voltar ao Corinthians para montar novamente um time super campeão.
Abraços,
Henri Coelho
Assinar:
Postagens (Atom)