sábado, 31 de março de 2012

Naquela mesa

Papai, ou o Pops, era fã de alguns cantores nacionais, entre os quais Nelson Golçalves e Dolores Duran. Provavelmente os mais novos ou mais desligados em relação à música nacional nunca ouviram falar de nenhum dos dois.

Nelson Golçalves foi um dos maiores vendedores de discos no Brasil: mais de 75 milhões de cópias vendidas, segundo a wikipedia atrás apenas de Roberto Carlos e de Tonico e Tinoco. Estes números são muito impressionantes, nos 3 casos, pela época em que ocorreram, onde a vendagem de disco não era tão alta, e são impossíveis de serem repetidos agora, numa época em que discos e CDs vendem cada vez menos.

Dolores Duran foi uma cantora e compositora com uma carreira muito curta, pois morreu aos 29 anos de idade, em 1959. Papai tinha um album duplo dela com suas principais músicas, pura dor de cotovelo, fruto também de uma vida e carreira sofrida e bastante atribulada.

Mas voltando ao Nelsão, como o pops dizia, lembrei de uma música que ele cantava e que foi composta em 1970, por Sérgio Bittencourt, filho do Jacob do Bandolin, em homenagem ao pai, e que tem uma letra muito bonita, e que está transcrita abaixo:

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor

 
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho, eu fiquei seu fã

 
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim

 
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim

Esta era uma das músicas que papai mais gostava, e que certamente lembrava meu avô, mostrado ainda jovem na foto ao lado, e que nos deixou há mais de 30 anos.

Algumas partes da letra são muito fortes, principalmente pelo momento em que estamos vivendo. O "mais que seu filho, eu fiquei seu fã", "a dor tão doída", e "a saudade dele tá doendo em mim" batem diretamente no coração.

Saudades.

Henri

sábado, 24 de março de 2012

Homenagem ao Papai - Jornal BIS - Rotary Club de Santa Cruz das Palmeiras

Segue abaixo a terceira das homenagens que gostaria de publicar neste blog no dia de hoje. Ela foi escrita pelo atual presidente do Rotary Club de Santa Cruz das Palmeiras, o amigo Natal, com colaboração do amigo Chico Bueno. Foi mais uma das fontes de lágrimas desta última semana.

O texto está muito pequeno na imagem, porém está transcrito abaixo desta.


 
PALAVRA DO PRESIDENTE
(Natal Aparecido Del Santo)

Décio: presença sempre viva
A vida é um dom de Deus. Perguntamo-nos constantemente: Que é preciso para ser feliz? Por que estou neste mundo? Que quer o Criador que eu faça para merecer o seu amor, a sua misericórdia e a sua presença constante no meu coração onde quer que esteja?
A resposta é simples: seremos felizes, entenderemos o porquê de nossa existência e estaremos merecendo o amor, a misericórdia e a presença constante de Deus em nossa vida no momento em que aprendermos a sorrir e a chorar com nossos irmãos, no momento em que passarmos a brincar com nossas crianças, no momento em que entendermos as angústias de nossos jovens, no momento em que passarmos a respeitar nossos idosos, no momento em que contemplarmos com especial emoção a beleza de uma flor, o canto de um pássaro, a riqueza de mensagem contida numa bela música ou num hino de louvor ao Criador de todas as criaturas...
Há pessoas que passam por este mundo trazendo tanta bondade, tanta paz e tanto carinho no coração que acabam por nos dar a impressão de que Deus, no momento em que lhes deu a vida, convidou todos os anjos e santos para admirarem mais uma obra-prima criada num momento de raríssima inspiração.
Pessoas que espelham santidade num simples sorriso, na voz calma, na tranqüilidade de espírito, são como o sol que, festivamente, vem alegrar as manhãs daqueles que têm a feliz oportunidade de, sempre, observá-lo.
Décio Vagner Coelho foi – e continuará sendo - uma dessas pessoas. Quem teve a oportunidade e a honra de compartilhar de sua amizade tem-no como exemplo de pai, de esposo, de sogro, de avô e de amigo. O seu jeito simples de ser, o seu elevado espírito de fraternidade, o amor pela família e pelas causas sociais nos dão a certeza de que uma nova estrela passou, a partir do último dia 14 (quarta-feira), a brilhar com grande intensidade no céu de nossa Comunidade.
Ao registrar estas palavras é-nos impossível impedir que os olhos chorem a morte do amigo e companheiro de todas as horas. Ainda bem que a mente não deixa apagar as boas recordações.
Meu Deus, como dói a partida de quem tanto amamos. Como a saudade fere o peito. Como é triste a presença da ausência!
Fechamos os olhos para buscar na memória momentos importantes de convivência com aquele que, carinhosamente, chamávamos de “vô”, e então, vemos o fiel amigo e companheiro feliz por participar das festas, reuniões, jantares e atividades beneméritas promovidas pelo Rotary Club de Santa Cruz das Palmeiras, do qual foi fundador e primeiro presidente. Abrimos os olhos e vemos tudo isso presente num álbum de fotografias e pensamos: como seria sem graça a vida se alguém não tivesse inventado a fotografia para eternizar um momento.
E, assim, nessa mistura de sonho e realidade vamos dando por finda esta simples homenagem, repetindo, uma vez mais, as seguintes palavras de Beecher: “Depois que o sol desaparece no horizonte, o céu ainda brilha por uma hora inteira. Quando um homem bom desaparece, o céu deste mundo ainda continua iluminado por muito tempo, depois de sua partida. A figura de um homem assim não se apaga deste mundo. Quando vai, deixa na terra muito de si. Estando morto, ainda fala.”
Estimado companheiro Décio, muito obrigado por ter existido. Você estará sempre e muito vivo no coração de cada um de nós.
Até um dia.
Companheiros do Rotary Club de Santa Cruz das Palmeiras



Obrigado ao Natal e ao Chico pelas belas e inspiradas palavras.
A frase a seguir, retirada do texto, foi certamente tirada do fundo do coração, para nos emocionar demais: Como é triste a presença da ausência.

Abraços,

Henri

Homenagem ao Papai - Jornal A Tribuna

Segue abaixo imagem de uma matéria publicada no Jornal A Tribuna, de Santa Cruz das Palmeiras, no último dia 17/03/2012, contendo uma homenagem ao Papai.

O texto presente na imagem, caso esteja ruim para leitura, está transcrito abaixo desta.

in memorian
Décio Vagner Coelho
(*14/05/1943 - +14/03/2012)

Faleceu na última quarta-feira, dia 14, aos 68 anos de idade, Décio Vagner Coelho, destacado e atuante força na comunidade palmeirense nas questões filantrópicas e de ordem comunitária e altruística.
Ex-funcionário do extinto Banespa, teve participação ativa e articulação imprescindível na fundação do Rotary palmeirense, permanecendo fiel membro e efetivo condutor até sua morte, dedicando-se com afinco e abnegação, aplicando e vivendo de forma impecável seus princípios.
Décio também foi atuante em diversas entidades assistenciais, educativas, de saúde e esportivas da cidade, ligado à APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Hospital e Maternidade Coronel Juca Ferreira (Santa Casa), Esporte Clube Palmeirense e (um dos fundadores) do Clube de Xadrez de Santa Cruz das Palmeiras (onde integrou a primeira equipe oficial do clube em disputas federadas ao lado do Ju, Aylton Guimarães, Zago, Toninho Baston e dr Jarbas de Tambaú).
Décio era natural de Monte Santo de Minas, terra natal onde foi sepultado na quinta-feira, dia 15, pela manhã, deixou esposa, Maria de Lourdes Depintor Coelho, quatro filhos e netos, e um batalhão de amigos e admiradores, entre eles, sob estima e distinta consideração, membros rotários de todo o estado bandeirante.
Décio foi assíduo leitor deste semanário desde sua chegada na terra das palmeiras, e recebe aqui homenagem póstuma de todos nós da Redação pelos seus inestimáveis serviços de cunho altruísticos prestados à comunidade palmeirense.
Deus o tenha.

Meus agradecimentos ao Jornal A Tribuna e particularmente ao Ju, companheiro de várias partidas de Xadrez no Clube. Papai foi fazer companhia ao grande Dudízio, fundador do jornal, entre tantos outros grandes nomes que nos deixaram e que, certamente, estão num lugar muito bom neste momento.

Abraços,

Henri

Homenagem ao Papai - Jornal Gazeta Palmeirense

Segue abaixo a matéria publicada no jornal Gazeta Palmeirense, em 17/03/2012, escrita pelo amigo Chico Bueno, sobre o papai.
O texto, caso a imagem esteja ruim pra ler, está copiado abaixo da imagem.


Amigo Décio
(Francisco Bueno)

Na última quarta-feira 14, recebemos, logo depois do almoço, a notícia de que o nosso estimado amigo Décio Vagner Coelho, o Décio do Banespa ou o Décio do Posto 24 horas, havia falecido. 

Sabíamos, sim, que há um bom tempo ele não estava bem de saúde, mas, sinceramente, jamais podíamos imaginar que partiria tão rapidamente para a Casa do Pai.

Tivemos a honra, a alegria e o privilégio de desfrutar de sua amizade desde 07.07.1977 quando aqui chegou para trabalhar no Banespa, inaugurado em 20.10.1976, ocupando, primeiramente, o cargo de Chefe de Serviço. Na hierarquia da empresa, éramos seu subordinado e assim permanecemos até dezembro/1986, quando, por concurso, passamos a desempenhar a função de advogado do banco. Nossa amizade nunca foi abalada e, pra falar a verdade, fortaleceu-se ainda mais quando nos tornamos “companheiros de Rotary”, situação esta que nos permitiu a, carinhosamente, chamá-lo, para deleite dos demais companheiros, de “vô”.

O último contato que tivemos se deu pelo facebook às 17h17 do sábado do dia 25 do mês passado e as palavras de carinho ali registradas estão reproduzidas de forma indelével em nosso coração.

Na tarde do dia em que Décio nos deixou, quisemos ver novamente o seu “perfil pessoal” no facebook e, então, deparamos com a seguinte mensagem de sua netinha Fernanda Martins, que nos comoveu profundamente: “Quando chegava lá, um enorme sorriso abria no seu rosto. Simpático, sempre alegre, ele era assim. Mesmo em outra dimensão, ele está comigo, e sempre estará. Lindo ele era, e pra sempre será. Nunca esquecerei daquele enorme e confortável abraço que me dava logo que me via. Ele era assim, e sempre será. Aquele vô que todo mundo sonha, meu vô. Pra sempre no meu coração. Te amo vô Decio!”

Saiba, Fernanda, que nós também amamos, e muito, o “vô Décio”. Saiba, ainda, que hoje o céu está mais alegre por receber um homem que foi exemplo de gente nesta terra.

Em várias missas celebradas em nossa Paróquia, tivemos a oportunidade de mencionar sábias palavras de um escritor chamado Beecher, que agora repetimos: “Depois que o sol desaparece no horizonte, o céu ainda brilha por uma hora inteira. Quando um homem bom desaparece, o céu deste mundo ainda continua iluminado por muito tempo, depois de sua partida. A figura de um homem assim não se apaga deste mundo. Quando vai, deixa na terra muito de si. Estando morto, ainda fala.”
Querido vô Décio, até um dia. Descanse em paz e, por favor, olhe por todos nós enquanto estivermos por aqui. Um enorme beijo no seu coração.

(Publicado no jornal “Gazeta Palmeirense”, Edição de 17.03.2012, pág.9)


Ao Chico Bueno, meus agradecimentos por ter sido tão feliz no texto.

Abraços,

Henri