Este comentário foi suficiente para que eu me interessasse por este livro. Ao compra-lo, na amazon.com.br, vi que a edição tinha um prefácio escrito pelo próprio autor 15 anos após a escrita do original, onde ele dizia que embora a ciência tivesse avançado muito naquele período, ele não alteraria nada na obra original, pois ela seria completamente descaracterizada. Me surpreendeu o fato de que a obra original foi escrita em 1932.
A criatividade na elaboração da obra é impressionante. Um mundo sem guerras, com todas as pessoas condicionadas e não se atrevendo a fazer nada de proibido, com um sistema de divisão em castas que era decidido antes do nascimento dos bebês.
Aliás este é também um capítulo a parte. Os bebês são todos de proveta, e concebidos numa placenta feita com material suíno, e recebem uma cota de ração líquida artificial que substitui o leite materno. Porém, como todos os bebês tem seu futuro pré-determinado antes ainda do desenvolvimento do feto, este já é condicionado durante o período de gestação, de uma forma bem tensa.
Os bebês que serão membros de castas inferiores sofrem durante o processo de gestação para que possam já nascer condicionados à profissão que vão ocupar. Caso eles vão trabalhar no conserto de uma estação espacial, por exemplo, recebem mais oxigênio enquanto estão de ponta cabeça do que quando estão de cabeça para cima, de forma que fiquem mais confortáveis naquela posição.
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E há muito mais: sexo sem compromisso - na base do ninguém é de ninguém. Ausência e proibição da palavra de Deus, foco absoluto nos processos - tanto é que Deus, pra eles, é Ford. E a cruz é a letra T, em homenagem ao Ford T - segundo o autor isto foi bem fácil de adaptar, bastou cortar a parte de cima de todas as cruzes...
Descobri hoje também que há duas adaptações do livro para filmes: uma feita na década de 80, e outra feita na década de 90. Há também uma série sendo produzida atualmente com a mesma temática. O livro é tão rico que abre muitas possibilidades, condensá-lo em um filme de uma hora e meia deve ter sido um exercício bem pesado para cortar várias histórias interessantes.
Vale a leitura. Um clássico de quase 100 anos.
Abraços,
Henri Coelho
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