sexta-feira, 7 de junho de 2013

A Felicidade da Noiva

A Raquel se casou. Na semana passada, fui assistir a este momento como já assisti, até pelo fato do número do RG ser baixo, vários outros casamentos. Cada um tem sua particularidade, você consegue se lembrar mais de alguns do que de outros por vários motivos, mas este será lembrado por um motivo em especial: a felicidade da noiva.

Eu nunca havia assistido um casamento budista. Demorei pra me localizar no templo, sabia que assistiria um casamento diferente assim que entrei - tão atrasado que tive que pedir licença para o noivo e passar a frente dele - mas não conseguia ligar as coisas.

Após a quase tradicional entrada do noivo e dos padrinhos, começou a ser mostrado um casamento diferente com a entrada da noiva. Às vezes, como ocorreu quando me casei, há um contraste muito grande entre o nervosismo do noivo e a tranquilidade da noiva, mas neste caso outra coisa irradiava dela. A noiva não estava tranquila, ela estava muito feliz.

Lembrei muito de meu casamento, naquele dia. Lembro muito bem da entrada da Regina na igreja, ela tranquila, eu me acabando de nervoso. Ela entrando com um buquê nas mãos que não tremiam, enquanto eu não conseguia ficar parado.

Mas voltando ao casamento da Raquel: acho que, se o protocolo permitisse, ela entraria na igreja (vou escrever como igreja pois fica mais fácil, mas se refere ao templo) dançando. Ela não fez isto, mas entrou cantando, sorrindo de orelha a orelha, como várias noivas fazem, mas com um aspecto de realização muito grande.

Tudo isto é muito subjetivo, é claro, não sei o que se passava na cabeça dela naquela hora. Mas parecia alguém que estava ali só pensando nas coisas boas do momento, curtindo mesmo, alegre, sem se preocupar se algo poderia dar ou não errado. De novo: isto é subjetivo, mas foi o que pareceu naquele instante.

Após a cerimônia, no coquetel, a imagem era a mesma: ela estava, ou parecia estar, somente se divertindo. Só isto. Todos nós sabemos como nossa mente é ocupada, como nos preocupamos com tudo, mas ali estava alguém aproveitando seu momento, e irradiando felicidade para todos que ali estavam.

Esta imagem ficou em minha cabeça. Na segunda-feira, comentando com a Liria sobre o casamento, a primeira frase que ela disse foi: como a Raquel estava feliz. Foi o suficiente para sedimentar a impressão que havia ficado comigo.

E novamente, como muito do que pensamos, isto ficou adormecido. Ontem vi a imagem abaixo, e veio a tona todas as lembranças acima. As vezes, quando escrevemos, o texto já vem pronto à mente, é só transcrever para o blog. Foi este o caso.


Parabéns ao Paole e à Raquel. Que a felicidade mostrada por ela, no dia deles, os acompanhe por toda a vida, e os ajude a superar todos os obstáculos que aparecerem pelo caminho. Desejo que tenham, em sua convivência, a mesma realização que nós temos.

Abraços,

Henri (e Regina)

domingo, 2 de junho de 2013

Os novos abrigos de ônibus de SP

Em São Paulo, a Prefeitura Municipal está trocando a infraestrutura dos pontos de ônibus, padronizando todos com mais vidro em sua composição, inclusive no teto, e com enormes espaços para propaganda nas calçadas.

No site da Prefeitura Municipal há a notícia de que 6.500 abrigos de ônibus serão trocados em São Paulo para o novo modelo. Uma outra informação, da mesma fonte, indica que a Prefeitura deixa de gastar R$ 300 milhões nos mobiliários urbanos e passa a receber R$ 40,6 milhões como contrapartida pela publicidade que será estampada nestes locais.

Entendo que isto só tenha se tornado possível, e economicamente viável para a empresa anunciante, a partir do momento em que o prefeito anterior proibiu, através do programa que ficou conhecido como Lei Cidade Limpa, os Outdoors e várias outras formas de publicidade visual em São Paulo. Sendo assim, foi criado um mercado potencial grande, cujo primeiro licenciado, não importa de que forma fosse, seria bastante beneficiado pois não havia outra forma de propaganda visual. A gestão anterior não conseguiu transformar esta oportunidade em negócio, o que foi rapidamente viabilizado pela gestão atual.

Mas tem sempre um porém: o espaço que a publicidade ocupa é incompatível com a largura da maioria de nossas calçadas. A foto abaixo foi tirada na Rua Loefgreen, ao lado do Colégio Arquidiocesano Marista, e mostra o tamanho da publicidade em função do tamanho da calçada.


Isto atrapalha demais o trânsito das pessoas neste local. Se pelo menos a placa ficasse colada ao muro, já aumentaria um pouco o espaço para a passagem das pessoas, pois o trânsito de pedestres nesta rua, por estar próximo a um dos acessos do metrô, é bastante intenso.

Abaixo há uma foto, extraída do Google Street View, que mostra o ponto de ônibus anterior ali instalado:


Esta vai ser a realidade da maioria das calçadas: a publicidade, quando integrada corretamente com o ambiente, tem um efeito positivo, porém quando percebida como algo que incomoda e atrapalha, acho que tem o efeito inverso.

E um último ponto para fechar este post: a atual gestão agora passou a fiscalizar alguns grafites da cidade, exigindo que sejam apagados. Nós já nos acostumamos com eles, já perfeitamente integrados à nossa paisagem. Mas acho que passam a concorrer com as novas propagandas, e assim a Prefeitura passa a exigir que sejam apagados. Neste último mês, isto ocorreu com uma banca próxima de casa: havia um grafite pintado na parte de trás da banca que mostrava alguns Super Heróis e o dono da banca, ao lado, usando um braço mecânico. Isto não existe mais, por exigência da Prefeitura, e agora temos mais uma banca cinza na cidade. Veja abaixo uma foto da banca antes de ter o grafite apagado:



Abraços,

Henri

sábado, 1 de junho de 2013

Inferno, de Dan Brown

No livro Inferno, Dan Brown segue o modelo, ou template, já consagrado em seus outros livros. Pra quem já leu alguma de suas obras, veja se o roteiro abaixo não é conhecido:
  • Aventura do professor de simbologia de Harvard, Robert Langdon, já consagrado em seus livros anteriores.
  • Descrição detalhada de antigas obras de arte, sejam livros, quadros, esculturas.
  • Tema polêmico como pano de fundo. Não dá pra competir com O Código da Vinci, é claro, mas o tema atual não é trivial.
  • Utilização de algum artista antigo, com grande produtividade em sua área, e com obras que podem ser interpretadas como tendo duplo sentido facilmente.
  • Exploração de alguma cidade, que lhe faz se sentir como se você estivesse lá ou que te dá vontade de conhecer a cidade em questão.
  • Capítulos curtos, para lhe dar vontade de continuar lendo sempre mais algumas linhas.
  • Enredo muito bem pensado, para que você demore a fechar as pontas e não perca o interesse na leitura.
  • Um grande estudo sobre o tema que ele está explorando, de forma que você sabe que um especialista está lhe falando diretamente sobre aquele assunto.
O resultado também é conhecido: um excelente livro, que você não quer parar de ler até o último capítulo. E a única coisa que você sente falta é que houvesse um encarte com a imagem de todas as obras de arte citadas no livro, para que se pudesse olhar a obra de arte e a descrição ao mesmo tempo.

O romance Inferno se passa em Florença, na Itália, onde o professor acorda num hospital, após ser baleado na cabeça. Um casal de médicos, ele italiano e ela inglesa, estão cuidando do professor, que não sabe o que aconteceu, e como veio parar ali. Este pequeno enredo é apenas parte do primeiro dos mais de cem capítulos desta obra.

Uma curiosidade sobre o livro: seu lançamento foi feito em datas muito próximas em diversas partes do mundo, e uma das preocupações dos editores é que seu conteúdo não vazasse antes do lançamento. Para atingir este objetivo, eles reuniram em Florença os diversos tradutores, para que a obra já pudesse ser oficialmente lançada traduzida em todos os países ao mesmo tempo. Só no Brasil o livro já saiu com tiragem de 500 mil exemplares. O título também é o mesmo em todos estes idiomas, como as diversas capas mostradas nas fotos acima podem mostrar.

O livro vale muito a pena. Boa diversão aos que se aventurarem nesta nova obra, ignorem a estrutura já conhecida, o recheio vale muito a pena.

Abraços,

Henri