quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Steve Jobs por Walter Isaacson

Terminei recentemente de ler o excelente livro Steve Jobs por Walter Isaacson. Trata-se da história da vida do fundador da Apple escrita por um especialista em biografias, que já escreveu anteriormente biografias de outros famosos, inclusive do Albert Einstein.

Logo no início do livro o autor nos informa que se trata de um livro com algumas diferenças em relação a outras biografias: esta foi feita com grande colaboração do biografado, e sem a exigência, comum nestes casos, de que a biografia deveria ser aprovada por ele ou pela família antes de ser publicada. Com isto o texto escapa desta revisão que tenderia a pasteurizar muito de seu conteúdo.

E o livro retrata Steve Jobs como alguém a ser admirado e odiado. Muito. Nos dois casos. Estes sentimentos estarão presentes, certamente, durante toda a leitura, pela narrativa de tirar leite de pedra, pela estratégia brilhante e pelo carinho com que ele tratava seus colaboradores, além de várias características pessoais que chamam muito a atenção.

Alguns exemplos desta maluquice: a mania de seguir dietas vegetarianas e entender que, como um efeito colateral benéfico destas dietas, não havia necessidade de que ele tomasse banho, pelo menos no início da carreira profissional. Na mesma época, por influência de seus gurus, entendia que devia viver descalço, chegando a fazer várias visitas a outras empresas vestido como se fosse um Hare Krishna.

Além disso, a forma de tratamento que ele adotava com seus subordinados: seus resultados somente se encaixavam em 2 extremos: ou era excepcional, ou era "uma merda". Às vezes o mesmo resultado se encaixava nas duas categorias em dias diferentes. Seus autores eram classificados da mesma maneira. E o livro nos faz crer que o pensamento dele, ao execrar o resultado, era um incentivo para que a pessoa soubesse que podia fazer algo melhor. Já pensou se todos nós incentivássemos desta maneira?

No outro extremo, mostra alguém obcecado por design e qualidade: todos os produtos tinham que ser percebidos como inovadores, e a qualidade deveria estar presente mesmo nas partes que não apareciam para o usuário. Os produtos também deveriam fazer parte de um sistema o mais fechado possível, de forma que o usuário comprasse hardware e software da mesma empresa, e produtos complementares, dentro do possível, também do mesmo fornecedor.

Em resumo, é um livro que vale muito a pena ser lido. Se for atribuir uma nota, é 10. O assunto é muito bem trabalhado, o livro não é cansativo, não é escrito para pessoas com formação técnica, e não se trata de uma biografia escrita em ordem cronológica, mas sim explora cada assunto por vez, de forma completa. Quem tiver oportunidade, leia.

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