quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pops

Olha o Pops aí
Na casa de meus pais, não sei bem como começou, mas todos os filhos, genros, noras e até alguns netos chamam meu pai de pops. É um daqueles apelidos que gruda bem na pessoa, e que ela não se importa, e então vira moda rapidamente.

O Pops sempre foi uma referência muito forte pra mim, mais até do que eu percebia que os pais de vários de meus amigos eram pra eles. Sempre tivemos uma relação gostosa de muita amizade, e muita proximidade. Sua inteligência sempre foi muito marcante, a sabedoria na hora de opinar sobre vários aspectos e a paciência, antes muito grande, e agora muito curta.

Meu pai sempre nos educou mais pelo exemplo, e sempre conseguiu ter autoridade com todos os filhos sem necessitar, nunca, recorrer a força pra isto. Este é um dos aspectos que mais adimiro nele. Papai sempre soube conversar bastante, e sempre nos mostrou que este é o melhor caminho para resolver qualquer coisa.

Algumas pessoas dizem que sou muito parecido com ele, fisicamente, embora eu achasse algumas vezes que não. Mas em várias ocasiões pessoas que não viam o papai há muito tempo, ao me verem próximo a ele, sempre dizem que não precisava nem falar que eu sou seu filho.

Acho que sou mais parecido com ele no jeito de andar, falar, e até em alguns gestos à mesa. As vezes me pego reparando nisto, e percebo que faço exatamente a mesma coisa que ele em algumas situações, o que até me surpreende.

Em alguns dias o Pops fica bastante fechado, fala pouco, e nestas ocasiões minha mãe fica apreensiva. Isto aconteceu recentemente, em alguns problemas de saúde que ele enfrentou, onde a preocupação da família toda era saber o que ele estava pensando da situação, o que o estava preocupando, por que ele estava assim. E esta semana, que tive que ficar internado em SP, por conta de uma pancreatite, várias vezes me pegava exatamente na mesma atitude, querendo ficar quieto pra ver se o tempo passava mais rápido, e percebia que estava me fechando com minha esposa, quando as respostas eram monossílábicas por minha parte.

E assim, fiquei com saudades do querido Pops, e resolvi escrever este pequeno texto pra registrar isto.

Abraços,

Henri Coelho
Escrevendo do Hospital São Luiz, quarto 1520.

3 comentários:

  1. Pai isso foi realmente incrivel! parabens pela recuperação no hospita e parabens por ter escrito isso! esse texto ficou incrivel! bjss te amo muito! sua filha: Fernanda

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    1. Henri, que bela expressão de amor, carinho e admiração pelo seu pai. Você é, sim, imagem e semelhança do "pops" e isso é muito bom, pois assim o "vô Décio" está materializado e eternizado em você. Abração. Chico Bueno

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